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O que combate o stress combate o câncer

O que combate o stress combate o câncer

De acordo com uma pesquisa feita na Universidade de Stanford em 2000, mulheres com câncer de mama em estágio avançado com níveis anormais de cortisol – um hormônio produzido em situações de stress – durante o dia têm muito mais chances de morrer antes de pacientes com níveis normais do hormônio.[iii] Os pesquisadores também concluíram que mulheres com níveis anormais de cortisol tinham menos linfócitos, conhecidos como células matadoras naturais, o que torna a imunidade mais baixa, aumentando a mortalidade. O Dr. David Spiegel, MD, professor de psiquiatria e ciências comportamentais de Stanford, disse: “Descobrimos que pacientes com padrões anormais de cortisol morriam bem antes.”

A medicina reconhece que pacientes com câncer de mama e um histórico de traumas ou stress na vida têm duas vezes mais chances de reincidência. Em estudo publicado no Journal of Psychosomatic Research, em 2007, Oxana Palesh, Ph.D. da Universidade de Rochester, e colegas informaram que pacientes que relataram ter sofrido um ou mais eventos traumáticos ou estressantes apresentavam um intervalo médio de 31 meses sem doença, contra 62 meses no caso de pacientes que relatavam não ter passado por tais eventos.[iv]

Segundo a Dra. Palesh, “Longos períodos de stress e trauma e a consequente produção de cortisol podem interferir na capacidade do corpo de combater a evolução do câncer. Quando o organismo é sujeitado a situações de stress por um longo período, o nível elevado de cortisol pode alterar os ritmos normais do corpo, havendo potencial para redução da resistência ao crescimento de tumores.”

A incidência de câncer aumenta e diminui de acordo com o grau de stress. Portanto, o câncer pode desaparecer sem nenhum tipo de intervenção médica se a questão do stress for resolvida. Um em cada cinco casos de câncer de mama regride sem tratamento. Pesquisadores monitoraram mulheres que se submetiam a mamografias regulares e mulheres que não se submetiam regularmente a tais exames, e identificaram um nível de detecção de câncer de mama 22% mais alto entre as mulheres do primeiro grupo, o que sugere que possivelmente esses tumores teriam desaparecido sozinhos. O estudo abre um debate polêmico sobre se o tratamento agressivo do câncer em estágio inicial é sempre o melhor procedimento.

Um estudo publicado no Journal of the American Medical Association observou que muitos pequenos tumores não representariam risco se não fossem tratados, ou seja, se não fossem detectados pelos exames. Muitos tumores param de crescer, diminuem e acabam desaparecendo por completo. “Segundo a visão antiga, o câncer é um processo linear”, disse o Dr. Barnett Kramer, diretor adjunto da área de prevenção de doenças do National Institutes of Health. “Uma célula sofre mutação e, aos poucos, vai sofrendo mais e mais mutações. Em geral, o processo de mutação não é revertido espontaneamente.”

O Dr. Kramer disse que está cada vez mais claro que o câncer precisa de mais do que mutações para evoluir. “É necessária a cooperação das células vizinhas e até mesmo de todo o organismo; o sistema imunológico ou os níveis hormonais, por exemplo, podem aniquilar ou alimentar o tumor.”

O desaparecimento de tumores é comum em casos de câncer nos testículos. O Dr. Jonathan Epstein, de Johns Hopkins, afirma que isso acontece. Embora o câncer nos testículos seja incomum, há um crescente corpo de evidências indicando que o câncer pode regredir ou parar de crescer, de modo que os pesquisadores estão sendo forçados a reavaliar seus conhecimentos sobre o câncer e seu desenvolvimento.[v]

Segundo a Dra. Thea Tlsty, professora de patologia da Universidade da Califórnia de São Francisco, as células cancerígenas e pré-cancerígenas são tão comuns que praticamente todas as pessoas de meia idade ou idosas as apresentam. Essa descoberta se deu através de autópsias realizadas em pessoas que morreram de outras causas e nem imaginavam que tinham células cancerígenas ou pré-cancerígenas. Elas não apresentavam grandes tumores nem sintomas de câncer. “O mais interessante,” afirma a Dra Tlsty, “é que a pergunta que devemos fazer não é ‘por que desenvolvemos o câncer’, mas sim ‘por que não desenvolvemos o câncer?’”

Os profissionais médicos não conseguiram entender e explicar para o público em geral o que de fato acontece no organismo para que o câncer se desenvolva. As mamas são vulneráveis ao câncer e a infecções causadas por fungos por diversos motivos – um deles é o ambiente mais quente e úmido propiciado pelo uso de sutiãs.

Sob condições ácidas, o coração, o cérebro, os rins, o fígado e outros órgãos vitais – inclusive as mamas – recebem menos oxigênio. A redução da oxigenação das células leva a um metabolismo mitocondrial anaeróbico, níveis elevados de ácido lático, formação de radicais livres, acidose celular ou redução do pH e voltagem das células.

Uma dieta ácida, emoções, stress, exposição a metais pesados, envenenamento por produtos químicos e exposição à radiação fazem com que respiremos rápido demais, reduzindo os níveis de oxigênio e criando condições propícias ao desenvolvimento de células cancerígenas.

Stress

Os Drs. James H. Stephenson e William J. Grace, do New York Hospital, compararam 100 mulheres com câncer de colo do útero e 100 mulheres com tipos de câncer não relacionados ao sistema reprodutivo. Eles concluíram que a o nível de atividade sexual entre as vítimas de câncer de colo era baixo muito antes de desenvolverem a doença: elas tinham menos relações do que as outras e raramente chegavam ao orgasmo. Em muitos casos, havia até aversão ao sexo.[i]

Na revista The Breast Journal, a principal tese defendida no artigo An Essay on Sexual Frustration as the Cause of Breast Cancer in Women: How Correlations and Cultural Blind Spots Conceal Causal Effects (estudo sobre a frustração sexual como causa do câncer de mama em mulheres: como as correlações e pontos cegos culturais escondem os efeitos causais) é de que o câncer de mama é causado basicamente pela frustração e insatisfação sexual. Não era dessas causas em comum que a Mayo Clinic desconfiava.

Já sabemos que pessoas que sofrem de depressão têm mais chances de desenvolver câncer, pois morrem da doença mais frequentemente do que pessoas mais felizes. Essa constatação baseia-se no senso comum e é comprovada pela realidade clínica. Um estudo abrangente com a participação de aproximadamente 2.000 funcionários do sexo masculino da Western Electric Company mostrou que pessoas mais deprimidas tinham 2,3 mais chances de morrer de câncer ao longo dos 17 anos seguintes do que os colegas que não sofriam de depressão.[ii]

Este artigo foi traduzido do site drsircus.com. Artigo original em inglês: Transdermal Breast Cancer Treatments.

REFERÊNCIAS

[i] Life Stress and Cancer of the Cervix. JAMES H. STEPHENSON, M.D., and WILLIAM J. GRACE, M.D.   http://www.psychosomaticmedicine.org/cgi/reprint/16/4/287.pdf

[ii] Stress, Emotions, and Cancer. University of Iowa. http://www.uihealthcare.com/topics/medicaldepartments/cancercenter/prevention/preventionstress.html

[iii] http://news.stanford.edu/news/2000/june28/breast-628.html

[iv] Palesh O et al. “Stress history and breast cancer recurrence.” J Psychsom Res 2007; 63: 233-239.

[v] http://jama.jamanetwork.com/article.aspx?articleid=184747

 

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