Dosagens e Suplementação de Iodo - Dr. Sircus | Brazil

Dosagens e Suplementação de Iodo

O iodo é necessário para o bom funcionamento de muitos dos tecidos do corpo, incluindo-se as mamas, o pâncreas, o cérebro, o estômago, as glândulas supra-renais, a pele, as glândulas salivares e o líquido cefalorraquidiano. A deficiência de iodo pode levar a uma disfunção desses tecidos e causar sintomas como boca seca, pele ressecada, redução da atenção, confusão mental, fibromialgia, seios fibrocísticos e muitos outros. Alguns estudos mostram que a deficiência de iodo aumenta o risco de desenvolver vários tipos de câncer, especialmente da mama, da próstata e dos ovários. Não espere a chegada de nenhum desses sintomas, todo mundo pode se beneficiar desde já do aumento da ingestão de iodo.

O ser humano tolera doses elevadas de iodo. As dosagens ultra-altas que eram comuns há um século são eficazes em casos de emergência médica — especificamente em se tratando de infecções resistentes a antibióticos, vírus e infecções por fungos e leveduras. O verdadeiro papel do iodo — estendendo-se a mais da metade do sistema imunológico — não é bem compreendido. A deficiência de iodo tem um efeito considerável sobre o sistema imunológico e sua capacidade de reagir a doenças infecciosas, incluindo o câncer — que, em muitos casos, podendo chegar a 40%, é causado por infecções.

A Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição, feita pelo CDC, mostra que os níveis de iodo caíram mais de 50% nos últimos 30 anos. Em 1940, o americano médio ingeria 800 microgramas de iodo em sua dieta. Em 1995, essa média mudou para 135 microgramas, um declínio de 83%! Os japoneses consomem 89 vezes mais iodo do que os americanos graças ao consumo diário de algas, e têm taxas reduzidas de muitas doenças crônicas, incluindo as menores taxas de câncer no mundo. Por que os oncologistas ignoram esse fato? Por que o governo não nos informa? Por que as organizações médicas e a literatura médica promovem de tudo, menos o iodo, para o tratamento e prevenção do câncer?

Mesmo em baixas doses, o iodo é uma usina de força. Tão eficaz que, na forma de aerossol, em quantidades imperceptíveis para seres humanos, pode ser usado na esterilização de um ambiente. No entanto, explica o Dr. David Derry: “O iodo nutricional presente no sal iodado está abaixo da quantidade necessária para cumprir o papel de defesa do muco. As pessoas que desejam aumentar as defesas contra infecções devem adotar a suplementação do iodo em suas dietas.  Mas por que seria necessária uma dosagem maior de iodo? E por que motivo os níveis de iodo caíram 50% nos últimos 30 anos? Ao refletir sobre essas questões, cheguei à conclusão de que a toxicidade da vida moderna deve estar afetando os níveis da substância. É bem conhecido que os halogenetos tóxicos fluoreto e brometo, por terem estrutura semelhante à do iodo, podem inibir competitivamente a absorção e a ligação do iodo no organismo. Devido aos elevados níveis de halogenetos tóxicos no meio ambiente e nos alimentos, não só os níveis de iodo despencaram, como são necessários teores cada vez maiores da substância para corrigir sua deficiência e promover um efeito desintoxicante dos metais pesados​​”.

Ao lidar com doenças potencialmente fatais, não podemos nos dar ao luxo de perder meses com dosagens baixas. O processo antimicrobiano do iodo mata rapidamente bactérias, vírus, fungos e vários outros microrganismos, desde que seja utilizada dose suficientemente alta. Se o objetivo é combater infecções, será preciso aumentar rapidamente os níveis da substância. O iodo pode ser ingerido em grandes quantidades e terá o mesmo efeito que se observa nas superfícies externas. Além disso, como no câncer de mama, muitas vezes precisamos usá-lo concentradamente em certos tecidos ou órgãos e fazemos isso aplicando iodo sobre os seios.

Apenas para dar uma ideia de como altas dosagens de iodo eram comuns antigamente, podemos voltar aos anos 1930, quando o iodo ainda era um medicamento universal, presente na farmacopeia dos EUA e usado em doses muito maiores do que ousamos imaginar atualmente. A dose habitual de tratamento era de 300 mgs (46 gotas de solução forte de Lugol) a 1 g (1.000 mgs, ou 154 gotas).

“Dosagens extremamente elevadas de iodo podem ter sérios efeitos colaterais, mas uma diminuta fração dessa dosagem extrema é suficiente para matar o vírus da gripe”, prossegue Derry, acrescentando: “Em 1945, tivemos um avanço quando J. D. Stone e Sir McFarland Burnet (que posteriormente ganhou o Prêmio Nobel por sua Teoria da Seleção Clonal) expuseram camundongos aos efeitos letais de uma névoa contaminada com o vírus da gripe. A doença fatal foi evitada pela aplicação de uma solução de iodo no focinho dos camundongos pouco antes de terem sido postos em câmaras contendo o vírus da gripe.”

Segundo o Dr. David Brownstein: “De todos os elementos conhecidos como essenciais para a saúde humana, o iodo é o mais incompreendido e o mais temido. No entanto, ele é o mais seguro de todos os oligoelementos essenciais, sendo o único que pode ser administrado com segurança por longos períodos de tempo a um grande número de pacientes em doses diárias tão altas quanto 100.000 vezes a IDR. A atual Ingestão Diária Recomendada (IDR) para o iodo encontra-se fixada em 150 mcg para adultos não-gestantes.

Para o Dr. Michael B. Schachter: “A dose terapêutica para uma pessoa com deficiência de iodo gira normalmente entre 12,5 mg e 50 mg por dia. Pesquisas preliminares indicam que, se uma pessoa tem deficiência de iodo, precisa de cerca de três meses para voltar ao normal com a ingestão diária de 50 mg de iodo, e um ano se a ingestão for de 12,5 mg de iodo por dia.

Se a intenção é estabilizar a dosagem depois de ter conseguido êxito contra uma doença ou deficiência, é preciso entender que só a tireóide precisa de cerca de 6 mg de iodo por dia para funcionar a contento; no caso das mulheres, as mamas precisam de aproximadamente 5 mg/dia (mulheres com seios maiores precisam de mais); e outros tecidos do corpo, como as supra-renais, o timo, o ovário, o hipotálamo e a hipófise, precisam de cerca de 2 mg/dia. Assim, tendo em vista o bem-estar ideal, indivíduos adultos devem procurar manter algo entre 10 e 12 mg/dia.

Nas palavras do Dr. Gabriel Cousens: “Recentemente, o Dr. Mercola declarou, surpreendendo a todos, que a ingestão diária de iodo não deveria ultrapassar 400 microgramas. Isso é apenas ligeiramente acima da recomendação da FDA, que é de 150 a 290 microgramas por dia, dependendo da idade, sexo e ciclo da vida. No entanto, é extremamente abaixo do que alguns dos principais especialistas em iodo recomendam, ou seja, pelo menos de 12 a 18 miligramas por dia, aproximadamente 45 vezes mais. Por que essa discrepância? E como é possível que o Dr. Mercola, normalmente tão correto em seu entendimento, cometa um erro, na minha opinião, tão gigantesco?

Cousens afirma: “Historicamente, já em 1911 (11ª edição da Enciclopédia Britânica de 1910-1911), as pessoas tomavam normalmente entre 300.000 e 900.000 microgramas por dia, sem incidentes. Isso é mais de 2.000 vezes acima do recomendado pelo Dr. Mercola. Como é que agora apenas 1/5.000 desta dose é considerada segura? Em 1948, foi realizado um estudo mal conduzido e, desde então, jamais repetido, alegando o que se tornou conhecido como o efeito Wolff-Chaikoff. Esse efeito propunha que, teoricamente, o hipotireoidismo poderia ser consequência de excesso de iodo. O estudo defendeu que uma dose menor, de 2 miligramas por dia, seria mais segura. (O que ainda é uma quantidade 5 vezes maior que a recomendada pelo Dr. Mercola). Até mesmo o Conselho Alimentar e Nutricional do Instituto de Medicina estipulou o limite máximo tolerável em 1.100 microgramas de iodo por dia (3 vezes mais do que a recomendação do Dr. Mercola). Outros pesquisadores usaram entre 3.000 e 6.000 microgramas/dia para evitar o bócio (14 vezes mais que a recomendação do Dr. Mercola). O iodo está presente em cada uma das centenas de trilhões de células do nosso corpo. Sem níveis adequados de iodo, a vida é impossível. O iodo é o nutriente universal para a saúde, capaz de promovê-la em diversos níveis.”

Um de meus vizinhos, que tinha câncer, visitou a Clínica Gerson no México e retornou de lá com um protocolo que recomendava uma gota de Lugol por dia. Evidentemente, eu fiz com que ingerisse muito mais. Quando é comigo, não me preocupo em contar as gotas. É mais fácil e eficaz ingerir o conteúdo de um ou dois conta-gotas, embora existam pessoas sensíveis ao iodo que precisam ser extremamente cuidadosas com a dosagem, sobretudo no início da suplementação de iodo.

O Dr. David Brownstein: “Depois de testar indivíduos e detectar níveis baixos de iodo, comecei a usar dosagens reduzidas de iodo/iodeto em miligramas (6,25 mg/dia). Após testar esses indivíduos entre 1 e 2 meses depois, praticamente não houve melhora. Portanto, comecei a usar doses mais elevadas (6,25 a 50 mg) para aumentar os níveis séricos de iodo. Foi apenas com essas doses mais elevadas que comecei a observar melhora clínica, bem como mudanças positivas nos exames laboratoriais.” Brownstein às vezes usa entre 200 e 300 miligramas de iodo por dia, com doses mais altas para doenças mais sérias e difíceis.

“Com 6 gramas diárias (que são 6 milhões de microgramas/dia ou 6.000 miligramas/dia!), dose muito maior, o iodo tem sido utilizado para curar sífilis, lesões da pele e doenças pulmonares crônicas”, diz Cousens. “De um ponto de vista fisiológico mais amplo, é importante perceber que a tireóide é apenas uma glândula entre tantas glândulas e tecidos que precisam de iodo. Outras glândulas/órgãos/sistemas com alta captação de iodo são as mamas, os ovários, o colo do útero, o sangue, a linfa, os ossos, a mucosa gástrica, as glândulas salivares, as supra-renais, a próstata, o cólon, o timo, o pulmão, a bexiga, o rim e a pele. O iodo é encontrado e usado em todos os receptores hormonais do corpo ”.

O Dr. George Flechas descobriu que o iodo pode reduzir a necessidade de insulina em pacientes diabéticos usando-se de 50 a 100 mg por dia. A cada 12 pacientes, 6 conseguiram se livrar completamente dos medicamentos, apresentando leituras aleatórias de glicose abaixo de 100 mg/dl e um HbA1c abaixo de 5,8 (normal), e os outros 6 conseguiram reduzir a quantidade e/ou o número de medicamentos necessários para controlar o diabetes.

Para a Dra. Hulda Clark: “Seis gotas de solução de Lugol podem eliminar a Salmonella. Se você sofre de gases e inchaço, encha um copo de água até a metade. Adicione 6 gotas de Lugol (nem mais, nem menos), misture com um utensílio de madeira ou plástico e beba tudo de uma vez só. O efeito é perceptível em uma hora. Tome essa dose 4 vezes ao dia, após as refeições e ao deitar, durante três dias seguidos, e, depois, conforme a necessidade. Essa medida consegue erradicar até mesmo um caso renitente de Salmonella. Observe como 6 gotas de Lugol podem ser relaxantes, acalmando um estado maníaco e proporcionando bem-estar onde antes prevalecia a ansiedade.”

O bioquímico e toxicologista aposentado Walter Last tem isto a dizer sobre o Lugol:

“A solução de Lugol é uma solução de iodo de uso interno usada para eliminar a candidíase e até mesmo vírus e outros microorganismos da corrente sanguínea. Pingue uma gota num líquido que não seja água para amenizar o sabor forte. Se não causar uma reação alérgica, continue tomando 4 x 6 gotas diariamente dissolvidas em líquido ou misturadas nos alimentos, mas nunca junto com as vitaminas A, C e E, nem com extrato de semente de uva ou com cisteína. O iodo é um oxidante e é melhor reduzir a ingestão de antioxidantes durante seu uso.”

“Se o sangue estiver contaminado, você pode experimentar inicialmente uma reação resultante da presença do fungo Candida, provocando fraqueza e às vezes dor de cabeça ou náusea. Se isso acontecer, reduza temporariamente a quantidade de solução de Lugol e beba muita água e chás ou sucos diluídos. Continue por 3 semanas, mas interrompa se desenvolver uma reação séria. Não tome o iodo por mais de 3 semanas em altas doses, pois isso interfere na atividade da tireóide. Se necessário, repita o processo após vários meses.”

 

Aumento Gradual da Dosagem de Iodo

 

Muitas pessoas acham importante ir aumentando gradualmente a dosagem para sofrer o mínimo possível a reação de desintoxicação pela ingestão de iodo. Ao fazer uso de quelantes fortes como o iodo, o ideal é minimizar o número de sintomas da desintoxicação, os quais chamamos reação de Herxheimer, quer dizer, a experiência de ter substâncias nocivas despejadas na corrente sanguínea, seja porque foram expulsas das células ou porque resultaram da morte em larga escala dos fungos. Isso é mais prontamente controlado com iodo nascente na forma atômica, pelo simples fato de ser bastante fácil controlar dosagens mais baixas.

Pacientes sensíveis ao iodo e com problemas na tireóide devem ler os trabalhos do Dr. David Brownstein sobre iodo e doenças da tireóide. Muitas pessoas já possuem problemas graves de tireóide e usam substâncias que só pioram as coisas.

A suplementação de iodo repõe nossas reservas dessa substância, ao mesmo tempo que promove a eliminação de rejeitos tóxicos. De um modo geral, quando usam iodo, as pessoas não sentem os efeitos negativos de algum tipo de desintoxicação, a não ser que estejam eliminando níveis extremamente elevados de brometo e flúor. Na verdade, a maioria experimenta um ganho de energia, melhora no sono e maior clareza mental. Nos últimos 30 anos, nossa ingestão de iodo diminuiu em 50%, enquanto a ingestão dos halogênios tóxicos concorrentes (bromo, flúor, cloro e perclorato) aumentou drasticamente.

 

Suplementação com iodo

 

 

 

 

 

Estes são os dois produtos à base de iodo que eu uso e recomendo. O Nascent Iodine é indicado para indivíduos sensíveis ao iodo e para crianças, quando é necessário ou recomendável ingerir doses menores. O Lugol não é tão caro e é melhor para aplicações transdérmicas, além de servir para dosagens orais mais elevadas. Quando tomo iodo por via oral, costumo pingar no copo uma boa dose de um selênio líquido excepcionalmente forte, porque mesmo uma pequena quantidade de selênio reduz em quase 50% as chances de morrer de câncer. Existem outros produtos em forma sólida, mas nunca os usei nem recomendei.

 

Conclusão

 

Sem o iodo para controlar infecções, as cirurgias e os hospitais em geral seriam muito mais perigosos. Aliás, futuramente, sem iodo, ninguém entraria nos hospitais a não ser que não houvesse outra alternativa, devido à quantidade de germes presentes no chão e em outras superfícies, e em suspensão no ar, e nenhum antibiótico prescrito pelos médicos ajudaria nesse caso, já que a própria atividade médica criou tantas cepas de patógenos resistentes a antibióticos.

Não precisamos ter medo de usar o iodo em doses altas o suficiente para eliminar infecções capazes de ameaçar a vida do paciente. Não hesite em administrar doses elevadas, a menos que seja a primeira administração de iodo em um paciente com comprometimento da tireóide. Dito isso, se houver tempo, sempre comece com doses baixas. É como colocar o dedo do pé na água quente para ver se você pode entrar com segurança na banheira. Teste sua sensibilidade ao iodo se for a primeira vez que estiver usando a substância.

Leia este artigo recente, em inglês – Principais Motivos pelos quais a Suplementação de Iodo é Essencial.

Este artigo foi traduzido do site drsircus.com. Artigo original em inglês – Iodine Supplements and Dosages.